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Google promete não impor o Gemini em proposta de remediação antitruste

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Para garantir que o Gemini não herde automaticamente a posição dominante do Google Search, a empresa propôs uma série de restrições para os próximos três anos. Entre elas, está a proibição de obrigar fabricantes de dispositivos, navegadores e operadoras de telefonia sem fio a distribuir o Gemini como parte de suas ofertas nos EUA. Além disso, o Google afirmou que dá mais flexibilidade aos parceiros para escolherem seus provedores de busca padrão.

Essa abordagem vem como uma contraofensiva à proposta do DOJ, que exige não apenas restrições sobre parcerias, mas também que o Google compartilhe mais dados com concorrentes e venda parte de seus negócios, como o navegador Chrome. O Google rejeitou formalmente essas sugestões, argumentando que podem prejudicar tanto a inovação quanto os consumidores.


Impacto das práticas de exclusividade do Google

Em agosto deste ano, o juiz distrital dos EUA, Amit Mehta, determinou que o Google violou leis federais antitruste ao firmar acordos que garantiam sua posição como provedor de busca padrão em dispositivos iOS e outros sistemas. Esses acordos frequentemente incluíam o compartilhamento de receita publicitária com os parceiros, consolidando o domínio do Google tanto em buscas quanto em anúncios.

Esses arranjos permitiram que o Google aumentasse os preços dos anúncios, impulsionando um crescimento significativo de receita e lucros. Agora, o juiz Mehta deve decidir as penalidades que serão impostas à empresa, com audiências agendadas para abril e uma decisão esperada até agosto do próximo ano.


Desafios na transição para a IA generativa

A emergência de tecnologias como ChatGPT, Gemini e outros chatbots de IA generativa está alterando o panorama da busca online. Isso criou uma preocupação entre os reguladores de que o Google possa transferir seu domínio do setor de busca tradicional para esse novo campo.

Embora o DOJ e procuradores-gerais estaduais busquem impedir essa transferência, qualquer medida concreta pode levar anos para entrar em vigor, devido a possíveis apelações. Essa incerteza, porém, não diminuiu o entusiasmo dos investidores: as ações da Alphabet, controladora do Google, subiram mais de 37% em 2024, marcando um dos melhores desempenhos anuais desde sua estreia na bolsa há 20 anos.


Proposta do Google para limitar o impacto do Gemini

Em sua proposta recente, o Google busca equilibrar os interesses de regulação com sua estratégia de mercado. Embora a empresa se comprometa a não forçar seus parceiros a promoverem o Gemini, ela não abriu mão de manter acordos que garantam sua posição como opção padrão em alguns dispositivos.

Um exemplo disso é a flexibilização para fabricantes como a Samsung. Enquanto a proposta suspende temporariamente a exigência de que todos os dispositivos Samsung tenham o Google como busca padrão, ela permite que alguns modelos mantenham esse acordo.

Além disso, o Google ainda pode negociar parcerias para promover o Gemini, desde que não imponha restrições aos parceiros que desejem trabalhar com empresas concorrentes, como a OpenAI. Isso representa uma mudança significativa nas práticas de exclusividade que o governo considera um pilar do poder do Google.


Argumentos do Google sobre regulação e inovação

O Google argumenta que regulações excessivas em um setor em rápida evolução, como a busca online e a IA generativa, poderiam prejudicar a inovação e a concorrência. Em sua proposta, a empresa sugere que restrições sejam limitadas a três anos, contrastando com a duração de 10 anos defendida pelo DOJ.

A empresa também ressalta que o ritmo de inovação em busca e IA é extraordinário, e que medidas invasivas podem criar barreiras artificiais para avanços futuros. Ex-executivos do Google também opinaram que mudanças regulatórias provavelmente não seriam suficientes para alterar significativamente o mercado, que segue dominado pelo Google com cerca de 90% de participação global.


Concorrência em busca e IA

Competidores do Google defendem que algumas medidas poderiam criar condições mais favoráveis para outros motores de busca e ferramentas de IA. Por exemplo, limitar o acesso exclusivo a dados e obrigar o Google a permitir integrações com produtos rivais poderia dar às startups mais chances de atrair usuários.

Nos meses que antecedem as audiências de abril, tanto o Google quanto o DOJ estão reunindo registros e depoimentos de empresas de busca e IA, como OpenAI e Perplexity, para fortalecer suas argumentações.


Perguntas Frequentes (FAQ)

1. O que é o Gemini Assistant do Google?

O Gemini Assistant é um chatbot de IA generativa desenvolvido pelo Google, projetado para competir com ferramentas como o ChatGPT, oferecendo respostas mais avançadas e interativas aos usuários.

2. Por que o Google está enfrentando um processo antitruste nos EUA?

O Google foi acusado de violar leis antitruste ao fechar acordos que o tornaram o motor de busca padrão em dispositivos e navegadores, limitando a concorrência e consolidando seu domínio no mercado de buscas.

3. O que a Justiça dos EUA quer com esse caso?

O Departamento de Justiça busca limitar o domínio do Google, especialmente no mercado de buscas e IA generativa, garantindo condições mais justas para a competição e a inovação.

4. Qual é a principal proposta do Google para resolver o caso?

O Google sugeriu restrições que impedem que a empresa obrigue parceiros a distribuir o Gemini ou qualquer outro produto de IA como condição para usar seus serviços, mas essas restrições seriam válidas por apenas três anos.

5. Qual é a diferença entre o que o governo dos EUA e o Google querem?

Enquanto o Google propõe restrições de curto prazo e específicas para o Gemini, o governo defende medidas mais abrangentes, incluindo restrições de dez anos e até mesmo a separação de negócios como o Chrome.

6. Qual é o impacto disso no mercado de IA generativa?

Dependendo das restrições impostas, o mercado de IA generativa pode se tornar mais equilibrado, permitindo que empresas concorrentes desenvolvam produtos inovadores e ampliem suas bases de usuários.

7. Quando saberemos o resultado final desse caso?

As audiências estão programadas para começar em abril de 2024, e uma decisão preliminar é esperada para agosto do mesmo ano. Contudo, apelações podem atrasar a implementação das medidas.

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